Parada do Orgulho LGBTI+ (Foto: reprodução)
Sempre com muita cor, música, expressão e beleza, mas, sobretudo, com uma pegada política muito forte, a parada gay teve início oficialmente em 1997.
Desse modo, a primeira parada foi realizada em junho de 1997, na Avenida Paulista. O Intento do evento era unir a diversidade e aproveitar o ensejo para bradar pelo respeito e o orgulho de ser quem verdadeiramente é.
Porém, as coisas foram evoluindo aos poucos, juntamente com a politização da sociedade e do próprio público LGBTI+. Primeiramente, foi denominada “Parada do Orgulho GLT”- Gays, lésbicas e travestis.
Mas, no ano seguinte, entendeu-se que o evento carecia de uma ONG para organizar a atração e que ficasse intensamente à frente de tudo. Desse modo, surgiu Associação do orgulho GLBT- (APOGLBT-SP) Aqui, já se englobam Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros.
Contudo, após temas como a visibilidade lésbica e o próprio machismo estrutural introjetado na sociedade virem à tona de uma forma mais robusta, alterou-se a ordem das siglas. Pronto, foi aí que surgiu a sigla como a conhecemos hoje - LGBT. Essas discussões começaram a ganhar força em 2008.
Muita gente deslegitima a Parada invocando argumentos inócuos para mascarar os próprios preconceitos. Todavia, é importante ressaltar que o evento não é uma comoção de pessoas caricatas, dispostas a fazerem algazarra, vestindo fantasias engraçadas e transando pelas ruas. Mas, na verdade, um movimento com uma importância histórica, sempre pautando temas atuais, políticos e pertinentes. Agora, um pouco de música, cores e diversão também fazem parte do show! Sem contar que a parada alcançou uma dimensão imensurável, ou seja, vem muito turista doido para participar e isso é muito bom, pois gera lucro.
Rememorando um pouco, em 1995, a comunidade começou a se organizar e entender profundamente que, para conseguir algum direito, é preciso correr atrás dele. Assim, naquele ano, aconteceu no Rio de Janeiro a 17° conferência do ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex) que terminou com uma pequena marcha na praia de Copacabana.
Assim, em 1996, o ato foi na Praça Roosevelt, em São Paulo. A atração contou com cerca de 500 pessoas. Todas unidas em prol das demandas LGBTs. Dessa maneira, Em 1997, aconteceu a primeira Parada LGBT na cidade de São Paulo. O evento reuniu cerca de duas mil pessoas.
É oportuno lembrar-se da importância da drag Kaká di Polly. Ela foi figura prevalecente na Parada SP e na primeira edição, em 1997. Simplesmente por ajudar o movimento acontecer. Ao perceber que os policiais estavam bloqueando a Parada, pela aglomeração intensa de pessoas, ela fingiu desmaio com intento de paralisar o trânsito e ajudar a parada fluir.
“Eles tinham fechado pra gente só uma via da avenida. Nós tínhamos que caminhar por aquela faixa e não interromper o trânsito. A polícia chegou e achou que ia ser bagunça, não sei o que, e falaram que ia ficar parado, como uma manifestação. O Beto chorando, em lágrimas e eu falei 'pera um pouco, mona, eu vou fazer um negócio'. A hora que eu fizer, você coloca esse caminhão na rua e sai andando com esse povo atrás. Eu fui lá na frente, onde começava a rua, eu estava com uma bandeira oficial do Brasil e a polícia olhando pra mim, aí eu fui ficando nervosa e pus a mão no peito e fingi que eu caí, me joguei no chão”, disse ela em entrevista à Vice.
A partir de todo exposto, já ficou constatado que não dá para desassociar Parada LGBTI+ da política. Todo ano é sempre trazido à luz questões como a importância da laicidade do Estado, diversidade, respeito à Dignidade da Pessoa Humana, Direitos humanos, criminalização da LGBTfobia, direitos igualitários; dentre outros. Este ano, o tema da parada será os 50 anos de Stonewall.