
Casimir Pulaski, General in the American Revolution, May Have Been Intersex (Foto: reprodução)
Casimir Pulaski é o nome do sóbrio e reverenciado general. Ele lutou bravamente ao lado dos americanos contra o exército britânico pela sua independência, no século XVIII, durante a Guerra de Independência dos EUA. O período foi o ínterim entre 1775 e 1783. De fato, foi condecorado um herói de guerra, também na Polônia.
Agora, uma nova indagação permeia o imaginário dos interessados na questão. Os cientistas dizem que o aclamado general pode ter sido, afinal, uma mulher, ou até intersexual. Intersexual é um termo usado para designar pessoas que nascem com caraterísticas sexuais biológicas que não se encaixam no binarismo: feminino e masculino.
Há cerca de duas décadas, investigadores americanos exumaram o corpo de Casimir Pulaski, que tinha sido sepultado em Geórgia, nos EUA. Após o procedimento descobriram, através do processo identificatório, que o seu esqueleto tinha várias caraterísticas femininas.
"Nas mulheres, a cavidade pélvica tem um formato mais oval. Tem menos forma de coração do que a pélvis masculina. A de Pulaski parecia muito feminina". Explicou, à NBC, Virginia Estabrook. Virginia fazia parte da equipa que estudou, em 1996, os seus restos mortais.
Contudo, o grupo de antropólogos não tinha conseguido provar de que se tratava mesmo do corpo de Casimir Pulaski. Novos testes de ADN mitocondrial realizados em 2018 por cientistas norte-americanos, incluindo Virginia Estabrook, revelaram uma correspondência entre o ADN extraído do esqueleto de Pulaski e de um parente do militar, confirmando que se tratava, realmente, do corpo de Casimir Pulaski.
"O que sabemos é que há uma desconexão entre o que vemos no esqueleto e o que sabemos sobre a vida de Pulaski". Virginia Estabrook explicou os pormenores à NBC. A cientista observou que a pesquisa sobre como as caraterísticas intersexuais afetam o desenvolvimento do esqueleto é muito escassa e referiu que o caso de Pulaski é um sinal do trabalho que precisa ser realizado nessa área.
Ademais, segundo Visão, esta descoberta vai ser explicada ao pormenor na próxima segunda-feira. Será estreado o documentário "O General era feminino?", que faz parte da série "Histórias Ocultas nos EUA", no canal de televisão do Smithsonian.
Quando Casimir Pulaski era muito jovem, foi exilado da Polónia. O exílio foi motivado por Pulaski ter lutado contra o domínio russo. Após a conturbação o militar acabou por fugir para Paris. Mas foi neste ínterim que conheceu Benjamin Franklin, um dos líderes da Revolução Americana, que o convenceu a apoiar as colónias que lutavam contra a Inglaterra na Guerra de Independência dos EUA.
Todavia, acredita-se que o militar salvou a vida de George Washington, que comandava as tropas americanas, durante a Batalha de Brandywine, no ano de 1777.
Por fim, Casimir Pulaski nunca se casou e não teve descendentes. Pensa-se que morreu aos 34 anos, depois de sofrer ferimentos durante o cerco à cidade de Savannah, nos EUA, em 1779. Ainda hoje é homenageado com o "Dia de Casimir Pulaski", sempre na primeira segunda-feira de março, em Chicago, Illinois.

