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Orgulho Trans

Batalhão Unicórnio, o fantástico que existe!

casal LGBTQIAP+ é voluntário na guerra contra a Rússia
10/06/2022 07:00
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Nós somos da Pátria a guarda
Fiéis soldados
Por ela amados
Nas cores de nossa farda
Rebrilha a glória
Fulge a vitória

A paz queremos com fervor
A guerra só nos causa dor
Porém, se a Pátria amada
For um dia ultrajada
Lutaremos sem temor

Duas estrofes do hino do soldado brasileiro. Mas podem pertencer a qualquer hino dedicado a pessoas fardadas em defesa da pátria.

A Pátria Ucraniana

Você defenderia sua pátria se ela afirmasse que você não pode adotar crianças? Mesmo que tenha condições econômicas, culturais e sociais?

Você defenderia sua pátria se ela permitisse que você fosse caçado? Uma inocente prática desportiva. Caçar pessoas, agredi-las fisicamente, por esporte.

Você defenderia sua pátria se ela impedisse seu casamento com a pessoa que você ama?

A Ucrânia é um país transfóbico e homofóbico. Pessoas LGBTQIAP+ não podem casar entre si nem adotar crianças. Transfobia e homofobia não são crimes.

Escolhemos lutar

Oleksandr Shuran e Antonina Romanova são voluntário ucranianos na luta atual contra os russos. O serviço militar é obrigatório. Após a invasão, o governo ucraniano proibiu que pessoas do gênero masculino deixassem o país. Oleksandr e Antonina, porém, não poderiam ser convocados, por razões legais. Têm problemas de saúde, os pais são doentes e dependem deles. Mas eles se alistaram.

Shuran é de orientação sexual homoafetiva, pessoa cis. Romanova é uma pessoa não binárie, no espectro feminino. São um casal LGBT. E lutam juntos.

Estão integrados no batalhão. E não tinham experiência militar prévia. Afirmam que quando o país foi invadido perceberam que havia 3 opções: esconder, fugir, lutar. Escolheram lutar.

Um comandante deixou claro. Tolerância zero com a homofobia – por extensão, com a transfobia. Também deixou claro o que importa na linha de frente. Existe somente uma exigência: combater, e combater bem. É, ao que tudo indica, o que o casal faz.

Quando a Rússia anexou a Criméia, em 2014, foi dito que não havia gays no exército. O troco veio rápido. “A comunidade lésbica, gay, bissexual, transgênero e queer escolheu o unicórnio porque é uma criatura fantástica inexistente”. Abaixo da bandeira ucraniana, está costurado esta criatura.

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