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CCBB-SP apresenta retrospectiva da obra cinematográfica de Jean Cocteau

15/02/2017 19:53
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O Testamento de Orfeu, obra do diretor Jean Cocteau

O Testamento de Orfeu, obra do diretor Jean Cocteau (Foto: Divulgação)

Classicos dirigidos por Cocteau como Sangue de Um Poeta e A Bela e a Fera serão exibidos na Mostra, além de filmes inspirados em sua obra como “Os Incompreendidos” de Truffaut e “Hiroshima Meu Amor” de Alain Resnais

O Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo apresenta “JEAN COCTEAU: O TESTAMENTO DE UM POETA”, retrospectiva dedicada a um dos cineastas mais importantes da história da sétima arte. São seis filmes que Jean Cocteau assinou como diretor e mais dois em que participou como roteirista para outros cineastas.

A mostra ainda vai exibir três filmes baseados diretamente na obra de Cocteau para outras mídias, como teatro e poesia, filmes influenciados por Cocteau (dez), dois documentários sobre Cocteau e o clássico “Zero em Comportamento”, de Jean Vigo, o outro grande nome do cinema surrealista francês da década de 1930. As sessões acontecem no CCBB SP entre 01 a 26 de março de 2017 e depois viaja para o Distrito Federal onde irá acontecer no CCBB DF, entre 22 de março e 17 de abril de 2017.

Jean Cocteau foi um dos artistas mais completo do século XX. Expressou-se em todas as mídias: poesia, teatro, música, romance, fotografia, escultura, desenho, pintura, cinema. Seu primeiro filme, “O Sangue de Um Poeta”, é a declaração de princípios que a sétima arte jamais tivera anteriormente.

A influência de Cocteau no cinema abarca diretores e movimentos contrastantes. Ela se encontra no ascetismo formal de Robert Bresson, assim como no sonhador e musical Jacques Demy. Vemos Cocteau nas fabulações fílmicas de François Truffaut, mas também nos jogos intelectuais de Alain Resnais. Grande entusiasta da renovação estética proposta pela Nouvelle Vague, Jean Cocteau também foi o patrono do Letrismo de Isidore Isou e Maurice Lemaître, que pretendia a desconstrução radical da poesia e do cinema. Mesmo a Disney se rendeu a Cocteau: as semelhanças entre a animação “A Bela e a Fera” com a versão de 1946, com Jean Marais no papel principal, são notáveis.

O tema de “Orfeu”, onipresente na obra e no cinema de Cocteau: o poeta que se apaixona por sua Musa, a própria Morte. Jacques Demy o refilmou diretamente em “Parking”, adaptando-o para a cena do rock dos anos 1980, com Jean Marais no papel de Hades. Resnais, por sua vez, dirigiu “Vocês Ainda não Viram Nada”, mistura de cinema e teatro em múltiplas camadas de tempos narrativos, mais uma ousadia do cineasta, no vigor de seus então 91 anos. E sem esquecer “Les Enfants Terribles”, de Jean-Pierre Melville, em que os irmãos incestuosos são guiados pela Pulsão de Morte rumo à autodestruição.

“JEAN COCTEAU: O TESTAMENTO DE UM POETA” é a realização da retrospectiva dos filmes de Jean Cocteau, em película, no espaço ao qual eles pertencem: a sala de cinema. Nesse sentido, a mostra, além de contribuir para a formação de público, é um importante mecanismo de preservação da memória.

Sobre Jean Cocteau:

Jean Cocteau nasceu em Maisons-Laffitte, em 5 de julho de 1889. Poeta, dramaturgo, libretista, fotógrafo, pintor, gravurista, desenhista e cineasta, foi talvez o mais completo artista do século XX. Começou no cinema com “O Sangue de Um Poeta”, primeira parte da “Trilogia de Orfeu” – que compreende ainda “Orfeu” e “O Testamento de Orfeu” –, verdadeira declaração de princípios do autor em relação ao novo meio que experimentava.

Com Jean Marais, seu companheiro, Cocteau filmou, além de Orfeu, “A Bela e a Fera” e “O Pecado Original”. Colaborou com Robert Bresson em “As Damas do Bois de Boulogne” e com Jean-Pierre Melville em “Les Enfants Terribles”, bem como cedeu, de graça, os direitos de sua peça “O Belo Indiferente” para que Jacques Demy realizasse seu primeiro curta-metragem de ficção.

Jean Cocteau foi patrono dos Letristas e grande entusiasta da Nouvelle Vague, movimentos antagônicos entre si. Ídolo de Isidore Isou, premiou o polêmico “Traité de Bave et D’Eternité” no Festival de Cannes de 1951 como melhor filme experimental. Também esteve no júri que concedeu o troféu de melhor direção a François Truffaut por “Os Incompreendidos”, o qual, com o dinheiro da premiação, financiou “O Testamento de Orfeu”.

SERVIÇO:

“JEAN COCTEAU: O TESTAMENTO DE UM POETA”
Patrocínio: Banco do Brasil
de 01 até 26 de março de 2017

Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB – Cinema
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia entrada)
Informações: 11 3113-3651

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