Na pele da drag queen Shakira do Sertão, na supersérie “Onde Nascem os Fortes” que estreou nesta segunda-feira (23), na TV Globo, o ator Jesuíta Barbosa afirmou em entrevista ao UOL que espera que a personagem não seja rotulada pelo público.

“Não queria trabalhar a Shakira só em função da questão sexual. Por exemplo, você vê essa drag queen e vai diretamente nesse ponto do sexo: ‘Mas é um personagem gay?’ Ela é uma artista performática, que se apresenta à noite, que canta. A Shakira e o Ramirinho vão muito além de gênero”, explicou.

O jovem contou ainda que a ideia inicial era apenas dublar a estrela colombiana, porém em conversa com o diretor José Villamarim, sugeriu mostrar a típica travesti do sertão. “Fomos para um lugar mais livre do que explorar uma figura já existente. Prefiro trabalhar com o artesanal. Antes seria dublagem, mas agora eu canto de verdade. A personagem é muito potente. Ela é uma flor de mandacaru.”

A performance de Jesuíta no primeiro capítulo surpreendeu o público e promete ainda mais com o conflito que seu papel irá passar com o pai Ramiro (Fábio Assunção), um juiz conservador que projeta a carreira na justiça no filho.

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“Essa relação dos dois é muito conflituosa, mas necessária. Ele tem um pai violento que não vai aceitá-lo como ele é. Vai ter uma hora que o Ramirinho não vai querer mais isso e esse patriarcado imposto começa a ruir”, adiantou.

Como já havia comentado, Barbosa já está familiarizado com a cultura drag, pois fez parte do grupo “As Travestidas” no Ceará, no qual Silvero Pereira também fez parte. “Eu já queria fazer um personagem na TV com essa travestilidade, que pudesse me montar, o que já tinha feito no palco. O Zé [José Luiz Villamarim] sabia e colocou a Shakira na história”, contou.